A descrença é um sentimento generalizado com relação à política. Conversar sobre política proporciona reações de desaprovação nos ouvintes. Isso é lamentável, em especial nesse ano eleitoral.
Tornar-se um agente político é um grande desafio, desestimulado pela maioria das pessoas, que questionam as intenções das pessoas de bem que pretendem resgatar a boa política. Participar da política é poder! Poder fazer de uma forma diferente a gestão pública em prol da sociedade, através do conhecimento, da qualificação e dos valores pessoais. A política não deve ser algo negado, como alguns administradores públicos chegam ao absurdo de dizer “não sou político”, embora participe ativamente no processo político. Cada cidadão interessado no bem comum que deixa de participar ativamente do cenário político abre espaço para aventureiros que buscam tão somente o favorecimento pessoal.
O exercício da política, embora implícito, é diário. Estamos atuando politicamente quando nos relacionamos com os vizinhos, quando defendemos nossas opiniões, quando discutimos o que seria melhor para o condomínio ou para a cidade. A vida familiar cotidiana é afetada pela política quando o cardápio do almoço é decidido em conjunto ou quando da escolha do programa a ser assistido na televisão. Ainda, quando decidido algo de maneira monocrática e notificamos aos demais familiares, isso é ação política, mesmo que se assemelhe ao autoritarismo. A política é uma prática diária, e que deve ser transladada para discussões sobre a representação parlamentar ou do executivo, buscando eleger sempre os melhores candidatos, que dessa forma produzirão resultados positivos para toda sociedade.
No Brasil menos de 10% da população possui filiação partidária. Em um país onde há obrigatoriedade para os partidos viabilizarem a participação política dos cidadãos, sendo recusada, inclusive, a idéia de candidaturas avulsas, esse baixo índice é muito preocupante. Cabe aos partidos políticos o monopólio do lançamento de candidaturas, recrutadas nos seus quadros de filiados.
O afastamento voluntário da política deve ser substituído por uma atitude forte somada ao desejo de mudança, de alteração da representação política. A política deve ser entendida como a interpretação do estadista Churchill para a democracia – “Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais”. Da mesma forma a política, ou seja, ninguém diz que a busca coletiva para o bem comum, o debate e a discussão de ideias são perfeitas ou sem defeito, são, talvez, as piores opções – depois de excluir todo o resto.
A política deve tratada forma séria! Uma qualificada representação política é a melhor via para alcançarmos as mudanças necessárias. O cidadão-eleitor deve ter em mente que a discussão e participação política proporcionam um voto qualificado, um instrumento de mudança, de oportunidade de melhorar os agentes políticos, que refletirá em toda sociedade.
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