A triagem dos candidatos é feita nas urnas, depois de um processo eleitoral livre e participativo. Mas para almejar uma melhor resposta, os eleitores deveriam considerar a vida pregressa dos aspirantes aos cargos públicos, pois o desempenho dessa função exige confiabilidade moral. Uma dos fatores a serem observados é o troca-troca partidário em busca do interesse pessoal. Esses oportunistas aproveitam a permissividade da Justiça Eleitoral, visto que a fidelidade para com as legendas só é exigida dos detentores de mandato, para promover uma verdadeira prostituição partidária. Em cada novo pleito esses interesseiros aparecem em uma nova agremiação política, sem considerar a ideologia e os estatutos. Podem estar em um partido democrático em uma oportunidade, mas logo passam para outro de ideologia comunista, e não tão admiravelmente em pouco tempo posam o lado de uma bandeira socialista. Ou seja, independente do grupo de pessoas que poderá representar, o que é colocado como essencial é a busca do quociente eleitoral para eleger-se. É a política do “o que é melhor para mim”, e não a do bem comum.
Na boa política não há espaço para aventureiros! De fato, que moral tem para legislar, ou mesmo exercer o poder executivo, o candidato que esteve envolvido com a transgressão da lei, em especial as leis que regem o processo eleitoral e a administração pública? Quem se propõe para o exercício de cargo político precisa ter ficha limpa para merecer a confiança dos cidadãos, assim como qualquer outro servidor público. E não basta argumentar que os eleitores têm a liberdade de escolher a quem eles querem: também é preciso resguardar a dignidade e a credibilidade no exercício dos cargos políticos. O cidadão eleitor deve prever que o candidato que não respeita uma lógica de postura político-partidária, quando eleito será um mero fantoche político que votará em defesa dos interesses próprios. Não há como esperar comportamento diferente. Tais oportunistas são os mesmos que facilmente cedem à propina, a um mensalão.
No momento em que a credibilidade política está abalada, o eleitor deve tomar a atitude de afastar da vida pública os oportunistas e interesseiros, mobilizando-se para reabilitação da ética na política. A vida pregressa, comportamento e valores defendidos pelos candidatos, bem como seu envolvimento na comunidade, em sociedades civis organizadas que defendam a ética, deverão pautar as escolhas dos cidadãos no pleito do próximo outubro. É preciso atacar na raiz do problema, para podermos cobrar ainda mais dos representantes políticos um comportamento digno com o objetivo de desenvolver o bem comum, e não os seus próprios bens.
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