Revoluções promovidas através de mobilizações pela internet! O mundo virtual é uma nova força de mudança, se tornando aliado importante para conquista e manutenção do poder. É o que vimos no Egito com a queda de Hosni Mubarack e o que está ocorrendo em outros países do oriente médio.
A limitação das comunicações e a censura para manter a população sob controle são hoje instrumentos ditatoriais superáveis. Qualquer pessoa ligada à rede pode fazer suas palavras percorrerem o mundo em segundos, ignorando a vontade de quem está no poder. Foi o que os manifestantes da Tunísia, do Egito, do Iêmen e da Jordânia fizeram nessa onda de protestos.
Movimentos coordenados via internet mostram que os governos não podem escolher que liberdades concederão aos cidadãos e que liberdades restringirão. Mesmo com a intervenção estatal, o que foi tentado no Egito e na Argélia com a ordem de desligar todos provedores de acesso à internet e com a ação de deletar perfis nas rede sociais, a rede não se rompe, pois pode ser acessada de qualquer lugar e multiplicada pelos contatos. A rede que se forma é quase indestrutível. Não há uma centralização e sim uma multiplicidade de conexões. O apoio internacional ajuda: provedores de internet na França, nos Estados Unidos, na Suécia e na Espanha criaram grandes centrais telefônicas que aceitavam ligações internacionais para manter os computadores egípcios conectados. Algumas empresas ainda estão fazendo o serviço de graça. O combate no ciberespaço está deflagrado! O confronto da sociedade civil com o poder de Estado autoritário promove alterações no espaço urbano (manifestações em praças) através de ações no espaço virtual. Resta comprovado que as relações na internet, em especial nas redes de relacionamento, podem promover a aproximação de pessoas em torno de um ideal, e não afastá-las do convívio como acreditam alguns.
Quem controla a infraestrutura da internet tem um grande poder em mãos. Em alguns países parlamentares com resquícios de ditadores discutem o controle da internet, chegando ao ponto de propor leis que autorizem o governo a desconectar toda a população da internet em casos de emergência. Para reduzir ou evitar esse controle estatal, a empresa Google, em várias partes do mundo, vem comprando infraestrutura de internet para que seus serviços sofram o mínimo de limitações por parte de terceiros.
A internet é a materialização da globalização. Devido à inexistência de fronteiras virtuais temos que entender e tornar público que informação é poder. É exatamente esse fato que explica a atitude autoritária de tentar o bloqueio para enfraquecer os manifestantes. A disseminação da informação incomoda a quem não quer perder o poder, nem menos ter suas atitudes questionadas. Nessa atitude nobre da busca pela democratização da informação, milhares -talvez milhões- de pessoas investem horas divulgando informações, a fim de tornar o mundo em uma verdadeira aldeia globalizada, ou seja, em que todos possam beber da fonte da informação, se assim quiser e desejar. Prejudicar a liberdade de utilização da internet é inaceitável para atual sociedade da informação.
A pergunta que não quer calar para países que censuram os meios de comunicação é: “vocês tem medo de quê?”. Não admitir a possibilidade de ouvir o que está ao redor é uma atitude descabida. Isso impede a real democracia e não ajuda no progresso da humanidade. Estamos na era do compartilhamento - escrevendo, falando e produzindo. O site Wikileaks presta um serviço importante ao divulgar documentos de alto interesse público, mesmo que sejam eventualmente subtraídos ilegalmente por funcionários que a eles tiveram acesso. É lamentável restringir a liberdade à informação em nome da alegada “soberania nacional” ou do pretenso interesse coletivo.
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