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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vida pregressa incompatível



Está sendo analisado na Câmara Federal em Brasília, inclusive com a realização de audiências públicas, o Projeto de Lei (PL) de iniciativa popular com mais de 1,5 milhões de assinaturas denominado Ficha Limpa.
O projeto, com temas polêmicos, como dizem alguns parlamentares, veda a candidatura de políticos condenados em primeira instância, torna inelegíveis os mandatários que renunciarem com objetivo de evitar a cassação e também propõe maior celeridade nos processos políticos. A própria Constituição Federal serve de fundamento para a aprovação do PL, pois prevê a inegibilidade, com o intuito de proteger a probidade administrativa, considerando a moralidade para exercício de mandato, em razão vida pregressa do candidato, tal como o processo de admissão nos concursos públicos. As condenações mais recorrentes nos processos contra políticos são por improbidade administrativa e nepotismo durante o exercício do cargo.
O PL defende a moralidade na vida pública e probidade administrativa, e conta com forte apoio popular de instituições como a OAB e a CNBB. Há a clara intenção de melhorar perfil dos candidatos, com novos e rigorosos critérios para quem não pode se candidatar, a fim de prevenir cassações futuras. É relevante destacar que no Direito Eleitoral, por tratar-se de coisa pública, deve prevalecer o principio da precaução, e não o da presunção de inocência, aplicado em matéria penal.
A aprovação do PL será um marco na história política brasileira, e promoverá. uma profunda mudança nos padrões eleitorais, abrindo maior espaço para novos nomes dentro da política, em especial de pessoas que zelem pela probidade administrativa. A consequência será o incremento de chapas íntegras com cidadãos dispostos a se dedicar às questões públicas com seriedade, ética e competência, sem desvios de conduta. Os parlamentares federais têm a chance de mostrar a sua boa vontade para aprovação rápida do PL, a fim de que possa estar vigente já nas eleições de outubro próximo. Caso não votado ou não aprovado, o eleitor deverá dar o recado da sua indignação nas urnas!
Como a forma democrática de seleção é o voto, em alguns meses o eleitor terá a responsabilidade de escolher de representantes confiáveis com capacidade e qualidades positivas, compatíveis com a postura idônea para exercer o mandato eletivo. Saber o que o candidato já fez dá mais confiança ao eleitor no momento do voto. A verdadeira disputa para a moralização das eleições está entre a sociedade e a classe política. A aprovação do PL com a exclusão de mal candidatos, combinada com a exigência e a conscientização dos eleitores permitirá uma representação política mais digna e qualificada.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Política regional




Diante dos recentes acontecimentos e da proximidade das eleições gerais, cresce a indignação popular com o comportamento dos agentes políticos e a certeza da necessária renovação das casas legislativas. O eleitor deverá agir no processo eleitoral com consciência e responsabilidade, deixando de votar em políticos implicados em situações desonestas e relações duvidosas, almejando uma situação melhor do que a atual.
Se a intenção é mudar, a escolha deve ser feita através de uma atitude mais forte da sociedade, elegendo os que achar dignos de sua confiança. Abster-se provoca a eleição de outros e a vida da sociedade continuará sob a influência destes. Os políticos representam os interesses e os anseios da sociedade, sendo que em um regime democrático as lutas são contínuas e as renovações são a consequência da busca de algo melhor. Em um cenário no qual os investimentos econômicos são decorrentes de ações políticas, é fundamental uma nova condução da política, em especial em nossa região sul, a fim de evitar novos retrocessos. Um erro no voto pode custar um atraso de mais quatro anos.
Diversas ações já foram tentadas em defesa das prioridades da região, mas sem a real coesão para ter uma presença forte nos parlamentos estadual e federal. O momento é de coalizão de lideranças para elegermos candidatos locais, que tenham um maior comprometimento com as demandas regionais. Construir uma nova via que nos leve ao desenvolvimento passa por uma representação política que tenha força e novas idéias. A força é decorrente da mobilização regional, com a participação de todos em defesa de uma candidatura com propostas viáveis, que se tornem medidas concretas no exercício do mandato, trazendo crescimento e novos investimentos na região.
O cenário regional é de dificuldades! Ao que parece, recentemente descoberto pelos hoje representantes políticos que, com a proximidade do pleito, querem se inserir cirurgicamente como “parlamentares regionais”. Passados mais de três anos, demonstram oportunismo e interesse eleitoreiro nas demandas locais. Chega de votos equivocados! Basta de políticos eleitos em troca de promessas e vantagens, e que eventualmente destinam inexpressivos investimentos que não atendem as necessidades regionais. É imprescindível mudar, ter uma nova atitude!
É relevante destacar que as estruturas políticas são alteradas por ações dos cidadãos comprometidos e interessados. Com uma forte, qualificada e aglutinadora representação política quem ganhará em um breve futuro é a região!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Obesidade e Política

Surpreendente o resultado de uma pesquisa da professora Beth J. Miller, do departamento de ciência política da Universidade do Missouri, em Kansas City, publicado há duas semanas na revista científica Obesity, e recentemente comentada em uma revista de circulação nacional. O resultado demonstra que na política a obesidade é um fator importante na hora da definição do voto.
A pesquisadora conclui que os candidatos com a mesma posição política receberam notas diferentes nos critérios avaliados, de acordo com o sexo e o grau de obesidade. As mulheres obesas receberam as piores notas. Na opinião dos avaliadores, elas parecem ter menos capacidade de liderança do que as magras, associado a pressão cultural e o culto a magreza feminina. Enquanto que no sexo masculino os candidatos com sobrepeso tiveram melhores resultados, conquistando a confiança dos “eleitores”.
Na sociedade há uma melhor aceitação dos políticos do sexo masculino com corpo grande e largo. Em geral são tidos como uma pessoa mais forte, com mais massa muscular e, portanto, mais apta a uma rotina pesada. O homem gordinho é visto como o bonachão, um bom companheiro e amigo que apenas tem sobrepeso.
A aparência física, de acordo com a pesquisa, desempenha um papel mais importante do que era pensado até hoje. Torna o esteriótipo do candidato quase tão importante quanto a ideologia, partido, posições sobre temas polêmicos. O que surpreende!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mudança

Mudança: palavra oposta à conservação, que representa a modificação de estado de algo que está posto. Mudança é novidade, é dinamismo, é deixar a zona de conforto e procurar algo diferente, algo novo. É forte e iminente esta mudança nos cenários políticos federal e estadual para as próximas eleições, sugerindo grande renovação.
O evidente aumento do número de pessoas qualificadas presentes nas nominatas dos partidos, e que poderão concorrer ao pleito de outubro, sugere que os cidadãos de bem, que acompanham a política com interesse, estão indignados com a situação atual. E, para colaborar, abdicaram de ficar somente na crítica, colocando corajosamente seus nomes à disposição dos partidos e dos eleitores. Os novos candidatos abriram mão de engrossar o coro dos insatisfeitos, de seu sossego, de sua vida privada, para encarar uma cansativa campanha e tentar ingressar na vida pública, a fim de contribuir nas discussões para promover uma sociedade mais justa, econômica e socialmente.
Os membros das instituições políticas são o reflexo da sociedade. Há uma notada reversão de comportamento da sociedade; as pessoas estão se envolvendo mais em política. Os agentes políticos não são sorteados entre os membros da sociedade; se estão no exercício de um mandato, este lhe foi conferido pelo voto. A eleição pode ser vista como um contrato, e se o eleito foi incompetente, temos o direito de não renovar o contrato e afastá-lo. O eleitor, cansado e aborrecido de mais do mesmo, é convidado a literalmente dar um voto de confiança a essas novas propostas, aos novos nomes e formas inovadoras de administração pública. Como o clamor geral é por mudança, o cidadão que hoje está descrente, deve estar ciente que o voto é o seu instrumento para melhorar a representação política.
A sociedade brasileira, em especial a nossa região, está desanimada e decepcionada com a maioria dos políticos e não suporta mais promessas e discursos fajutos. A desinformação ou desilusão relacionada às suas expectativas, levam muitas pessoas a não gostar de política. Essas pessoas não têm idéia do prejuízo que estão gerando para si mesmas e para o grupo social. É relevante que o cidadão compreenda que seu desinteresse equivale a renunciar à cidadania. A resposta deve vir das urnas!
O voto representa a oportunidade de buscar uma sociedade mais madura, menos tolerante com a inoperância, mandatários desgastados e distorções na atividade política. As instituições representativas devem ser aperfeiçoadas, fazer por merecer o respeito e o reconhecimento da população. A política regional deve deixar de ser apenas notícia, para se tornar parte efetiva de nosso cotidiano. A mudança é a favor da nossa região, dos cidadãos, da democracia e contra o continuísmo no poder.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Alternância no poder

As recentes pesquisas revelam o crescimento da candidata do governo à Presidência da República. Embora os números lhe confiram uma boa competitividade, a candidata do continuísmo ainda aparece em segundo lugar na enquete, e em uma perspectiva de segundo turno perde por uma muito boa vantagem do candidato da oposição.
Assim fica claro que a idéia “o terceiro mandato”, tão desejado pelo governo, haja visto o aumento de investimento em propaganda justamente no ano eleitoral, bem como a exposição da imagem da candidata “colada” ao presidente, é rechaçada pela maioria. Dessa forma os eleitores mostram maturidade em distinguir as exigências da democracia, como a alternância de partidos e de candidatos no poder, em substituição a administração atual, seja ela boa ou ruim. A aprovação não do governo, mas sim da figura carismática e midiática do presidente, segundo a mesma pesquisa, é tida como a melhor. Mas nem por isso, deve fazer a sucessora para mais quatro anos no cargo. Afinal, de 1989 para cá – ou seja, nos últimos 21 anos – o nome do líder e fundador do Partido dos Trabalhadores apareceu em todas as eleições.
O eleitor não quer saber dos interesses espúrios de partidos, com conotação de casuísmo e oportunismo. Na verdade, os cidadãos querem mudanças! A pesquisa ainda mostra que, se a aprovação do presidente é excelente, os cidadãos também sabem apontar seus pontos fracos. Pela ordem a violência e a criminalidade são o que mais incomodam os brasileiros, seguidos das drogas, do desemprego, da falta de oportunidades de trabalho e do sistema de saúde.
Mesmo que aproximadamente 32% dos entrevistados na pesquisa afirmarem que não tem nenhum interesse nas eleições gerais de outubro, evidenciando a escassa militância política e a falta de compromisso cidadão da grande maioria do povo brasileiro, a mesma situação de alternância no poder deverá ser repetida nos parlamentos federais e estaduais. Para ilustrar o desinteresse na tão requerida reforma eleitoral, o projeto denominado de iniciativa popular “Ficha Limpa” que tramita na Câmara dos Deputados, que proíbe a candidatura em eleições de processados na Justiça, ficará somente para março. E naquela data também deverá ser adiado, e em seguida os deputados voltarão suas forças na busca de uma nova reeleição. Com isso deixarão de analisar o projeto, que chegou ao Congresso Nacional com 1,5 milhão de assinaturas, até o mês de maio, data limite para que passasse a valer para as eleições de outubro.
Embora a reeleição por tempo ilimitado no legislativo, a renovação dos parlamentos é um clamor da sociedade, que enfim tem a oportunidade de intervir através do voto, e ver o seu desejo realizado. As reiteradas denúncias de corrupção estão motivando uma salutar reação de indignação. Novos nomes, novas idéias, pessoas qualificadas e comprometidas com a viabilidade de desenvolvimento do Estado e do País. Pessoas com as quais possa ser restaurada a confiança nas instituições políticas, condenando ao ostracismo os agentes que neutralizam sua eficácia e enredam o funcionamento do sistema democrático, tornando o bem público refém de interesses particulares.
É preciso a mobilização na busca de um caminho alternativo e eficiente, começando pela escolha de novos nomes da região, pessoas identificadas e que convivem com as mazelas do sul do Estado, resultado, em parte, da quase inexpressiva representatividade política nos parlamentos federal e estadual. A oxigenação política é possível, e depende do consenso para escolha dos candidatos, através de amplo envolvimento dos cidadãos, sociedade civil organizada e representantes de classe da região, evitando assim a pulverização de votos na região.