Sim, eu gosto de política! Gosto de ler, escrever, ouvir e principalmente participar de discussões nas quais o assunto seja política: a boa política, capaz de transformar positivamente a realidade. Participo ativamente da vida partidária, frequentando cursos, palestras e seminários, nacionais e internacionais, como ouvinte ou palestrante, na busca de uma melhor qualificação política, que julgo ser de suma importância. Faço parte dos apenas 10% de toda população brasileira que são filiados a partidos políticos. Ao contrário de mim, pesquisas apontam o índice de 60% de brasileiros que dizem não gostar da política. A maioria quer distância desse tema. Rotineiramente estamos acompanhando fatos que parecem não serem mais “escândalos políticos”, resultando num distanciamento do cidadão. A sociedade repele a classe política em razão da corrupção, das promessas impróprias, das mentiras e de tudo feito apenas com a intenção de ganhar votos, quando o propósito deveria ser o bem comum. As estatísticas são desfavoráveis, mas a melhora surgirá quando a sociedade passar a ter uma visão crítica e aprender a importância da política. Política é coisa séria! O desencanto com a politica não pode limitar a participação dos bons cidadãos, daqueles que defendem o interesse público e o bem comum. A participação e envolvimento mais efetivo do cidadão, seja fiscalizando, cobrando, conversando com seu representante, poderiam reduzir e muito, não só a corrupção, como a ineficiência parlamentar e executiva. Uma busca maior de informações já é uma forma de participar da vida política do país. Tornar-se um cidadão politizado permite melhor reivindicar, sugerir e opinar de forma consciente, aproximando o Estado da sociedade.
Como todos os anos ímpares, estamos em um ano pós e pré eleitoral. As articulações para as eleições municipais do próximo ano já são evidentes. Em pouco mais de dez meses (a partir de 6 de julho de 2012) um grupo de cidadãos de bem e uma grande gama de oportunistas, até aqueles que somente aparecem de quatro em quatro anos, baterão em sua porta em busca do voto. O agente político é a ponte que une o poder público e a sociedade. E para tanto, deve ter uma qualificação suficiente para a atividade política produtiva, habilidade, ser coerente e conhecedor de práticas de gestão e a sua relação com a política. A política sem gestão resulta em ineficiência e desperdício. Para um bom exercício da função pública o agente deve fazê-la com credibilidade, não sendo admissível alguém ausente por quatro anos vir se apresentar, ou reapresentar, como um bom nome para se tornar representante da sociedade. Assim também, os parlamentares que estiveram no exercício do mandato e pouco fizeram, não merecem credibilidade com o compromisso de fazer algo na próxima legislatura.
Mesmo os bons, estão comprometidos na visão do eleitor, em razão da descrença. O exercício de um mandato é um ato de servir e deixar um legado. Independente da credibilidade que goza a classe política, o exercício da atividade política é coisa séria! Exercê-la deve ser motivo de orgulho em representar os eleitores que confiaram o voto ao eleito. O político preparado e qualificado reflete melhor os anseios da sociedade na busca do bem comum, enquanto que o político medíocre prioriza o atendimento do seu próprio interesse e daqueles que o cercam.
O eleitor deve ser participante ativo e se propor a promover uma depuração na classe política, eventualmente abdicando de seus próprios interesses, elegendo pessoas capazes, qualificadas, preparadas, com princípios e valores. Hoje é possível obter maiores informações dos (pré)candidatos, permitindo ao eleitor um voto mais robusto, racionalmente convicto e não só o apoio por interesse próprio, mas prevalecendo o interesse em apoiar a boa política e o bem comum, não precisando assim, no futuro, lamentar e combater os eleitos.